Acabo de chegar desta exposição, e tudo me pareceu certo e, desde logo, a montagem perfeita, profissional. E há tudo: cartaz, postal, catálogo - o que já é raro. E o espaço só por si merece visita. Para mim que conheci Moçambique e outros sítios africanos de onde vêm algumas das peças expostas, a partir de 1979, foi com alguma emoção que olhei aquela ordenação, mas onde a coisa foi mesmo forte foi quando me vi frente a primeiras obras de Malangatana. A não perder, embora seja recomendação de leiga. Contudo, em primeiro lugar, será para eles que estes acontecimentos são produzidos. Mas não há bela sem senão:no fim quando me preparava para trazer o catálogo o MB não funcionou. As TICs, de que eu sou devota, ultimamente só me têm estragado a festa: primeiro no dia das eleições;agora na exposição do Mercado de Santa Clara. «Que raiva»! Mais.
Há um novo Blogue sobre artes e onde alguns daqui do Grupo Versalhes vão fazer «uma perninha» nem que seja apenas nos bastidores. Mais ou menosdo género: chamar a atenção para um acontecimento; fornecer alguma informação sobre o passado; fazer um recorte; disponibilizar uma fotografia; etc.etc. Merece já uma visita: aqui
Têm-nos chegado perguntas sobre as últimas decisões do Governo para a Cultura. Procurámos no Portal do GOVERNO e aqui estará o que de mais completo haverá sobre a matéria. Ainda não lemos o disponível com a atenção necessária, e talvez seja de esperar pelo Diário da República, mas dá-nos ideia que para os reajustamentos aos apoios não estarão previstas todas as modalidades. Será que vimos apenas os Quadrienais e os Pontuais? E este esclarecimento também não ajuda a dissipar a dúvida. Por outro lado, gostamos de registar aquela conjugação, no que se refere aos financiamentos, de «mecenas» + «verbas agora disponibilizadas» + QREN ... Contudo, somos de ideia que se tinha que ir mais fundo: articular com os próprios apoios existentes, mais conhecdios por apoios via «concursos». O que estará em causa não será apenas uma Rede Municipal de Teatros, mas uma Rede Nacional de Artes. Isto é um inferno, não há maneira de se ver a floresta, apenas a árvore, outra árvore, mais algumas ...
Segundo o Público online isto foi dito hoje em cerimónia no CCB pelo Primeiro Ministro relativamente à Cultura:
“ser levada a sério e encarada como um sector económico e não como um sector da pedinchice nacional”,
neste contexto:
«Na cerimónia de apresentação e assinatura de protocolos dos três novos projectos que vão permitir ao MC atribuir mais dinheiro no apoio às artes – um fundo para a internacionalização da cultura portuguesa, um programa para exportação de música (o Portugal Music Export), e a criação de uma rede de teatros municipais – Sócrates explicou que está na altura de a cultura “ser levada a sério e encarada como um sector económico e não como um sector da pedinchice nacional». Mais.
Não sei se foi tocado mas eu pergunto: e aquela coisa dos cortes aos apoios em vigor, por causa da crise, vão voltar atrás? Se há dinheiro ...
E se este dinheirinho fosse conjugado com os fundos comunitários não seria também uma uma boa ideia?
E, a meu ver, como tenho insistentemente defendido neste blogue, isto de se encarar a cultura apenas pelo lado económico nunca é um bom augúrio. Mas como eu também quero viver a festa ( e isto de haver mais financiamento para as actividades culturais não deixa de ser uma festa) vou partir do principio que a cultura como cultura (sector cultural, estão a ver) esteve no centro ou subentendido e apenas não foi reportado pela comunicação social. Eu sou assim, quando quero estar bem não há volta a dar-lhe, a garrafa estará sempre meio-cheia. Género «contentinha».
No momento em que escrevo este «post» ainda não sei o que se passou na Audiência da Ministra da Cultura na Assembleia da República, e por conseguinte não sei do verdadeiro alcance do que li hoje no jornal Público sobre a OPART, nomeadamente:
Mas a ministra poderá ter uma nova solução a apresentar e esta deverá passar não pelo Opart, mas pela constituição de uma central de compras, centralizando apenas as despesas correntes do São João, D. Maria II, São Carlos e Companhia Nacional de Bailado, soube o PÚBLICO, sem qualquer confirmação do MC, que recusou ontem antecipar os conteúdos da intervenção da ministra, sempre, em parte, dependentes das perguntas dos deputados na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura.
A ser verdade, apetece comentar: pior a emenda que o soneto. Quem conhece as dinâmicas do funcionamento daquelas Unidades de Produção sabe que, sem o esgotar, é precisamente por causa das «compras» que os Teatros e afins precisam de ter grande autonomia, grande flexibilidade. E isto não quer dizer que não possa haver serviços centralizados, como já há para outros organismos da Administração Pública: para compras; processamento de vencimentos; contabilidade; inventários; ... .Ou seja, na esfera daquilo que segundo alguns modelos se designa por «actividades -meio ». Fosse o regime dos «Teatros Nacionais» outro que não o que têm ou que lhe querem dar, e estes atropelos não existiriam, que, de todo, a meu ver, nem mereceriam notícia nos jornais. E as soluções para processos operativos são coisas de bastidores que os burocartas (sem qualquer conotação pejorativa resolvem, é para isso que eles existem). E nesta linha, é claro que falta saber sobre o que se estará a considerar nas Despesas Correntes? Ver os Deputados a tratar destas coisas deita-nos um bocadinho abaixo ... O que eu gostava era de os ver a discutir, por exemplo, o Serviço Público no âmbito do Teatro, da Dança, da Música, da Ópera, da ... Será que é pedir muito!
A notícia completa do Público aqui que aliás se centra noutro facto, titulado assim:
Catarino acusa a ministra de "argumentos financeiros falaciosos" e de "leviandade" no processo de fusão dos teatros nacionais
E tudo conjugado, será que já não está tudo à vista? Será que não se vê que para se sair deste «molho de brócolos» o melhor é não enredar ainda mais o que já está emaranhado que baste? É óbvio que já não há remendos que salvem a situação. E parece que em todo este enredo a imagem se adequa: «cada cavadela sua minhoca».
Eu estive lá na Homenagem a NUNO TEOTÓNIO PEREIRA. Há homengens e homenagens, e esta embora centrada na figura de Nuno Teotónio Pereira era também em torno de uma geração e dos seus intrumentos de intervenção. Aquela não será «a minha geração». E questionei-me porque estava então eu ali? e a resposta aparece-me com nitidez: habituei-me a admirá-los logo que dei pela sua existência. E lembro-me da saida de alguns deles da Prisão de Caxias no 25 de Abril. Eu também estive lá à espera que os deixassem sair, a todos. E é das imagens que não nos abandonam. E na sessão houve intervenções tão seguras, tão claras, e ouviu-se: «sem esqucer o que fizemos, olhemos para o futuro». A sintese perfeita, a meu ver, para aqueles que lutam para que tenhamos «memória» sem que se queira viver no passado. Sobre a iniciativa a notícia no EXPRESSo online.
Por aqui desde há muito que se admiram os Deolinda. Na última Festa do Avante foram os nossos eleitos. E agora não se pode deixar de chamar a atenção para Parva que sou. Em cima o vídeo, a seguir a letra:
Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração casinha dos pais, se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração vou queixar-me pra quê? Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração eu já não posso mais que esta situação dura há tempo demais.
E parva não sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
(retirada daqui)
Pois é, «a canção é uma arma».
No Museu da Electricidade desde 27 de Janeiro temos a exposição Opera que reúne «um conjunto de trabalhos fotográficos de Augusto Alves da Silva, que têm como tema central o exterior do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), em Lisboa, edifício classificado como monumento nacional. A exposição resulta de uma parceria entre a Fundação EDP e o TNSC que, em em 2006, encomendou a vários fotógrafos um levantamento das instalações daquele que permanece como o único teatro de ópera do país».
Ao ler isto, lembrei-me do Projecto PALCOS em que uma das componentes tinha/tem (?) como finalidade este propósito para a tal «rede de Teatros» que um dia o País há-de ter. Não pode ser doutra forma. Mais sobre a Exposição aqui. Mas desde já:
“É sobre esse grande corpo fragmentário (que no seu interior guarda cenários de tantas dramaturgias e que Augusto Alves da Silva transforma ele mesmo em cenário) que a fotografia regista um pequeno número de ficções: recebe a vida de um cão que descansa na vasta sombra do largo, o incómodo de um sem-abrigo preso ao chão do pórtico, a velocidade de uma jovem que dobra uma esquina ou o peso da velha que para essa esquina se arrasta, o trabalho exposto dos que preparam um espectáculo, a alegria suspensa das multidões indistintas que assistem ‘de fora’ ao que se passa ‘lá dentro’...”, escreve João Pinharanda, responsável pela programação artística da Fundação EDP.
E na Revista Visão de hoje há um trabalho sobre esta iniciativa bem elucidativa da origem da Exposição e que pode ver neste endereço. Já agora, é uma herança da anterior administração da OPART.
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