Dei uma volta pelos blogues que costumo visitar à procura de algum post sobre assuntos que acho devia ter na minha «agenda» por obrigação e paixão, de alguma forma relacionados com a Secção Especializada das Artes no Conselho Nacional de Cultura, com o Estatuto do Artista, com a Cultura e as Indústrias Culturais. E com o lugar do SERVIÇO PÚBLICO na Cultura no meio disto tudo. Bem ou mal, muito ou pouco, têm sido tocados pela comunicação social. E é bom ver o que outros pensam disto na blogosfera. Mas, nada. Em contrapartida encontrei um debate, ou princípio dele, em torno da «objectificação do corpo», do «corpo objecto de desejo», do «corpo mercantilizado na publicidade».
E certamente para não «perder viagem» pensei no corpo nas Artes. E veio-me à memória um vídeo de Elvis Presley que desde que o vi me pareceu a síntese perfeita do processo que leva ao «Espectáculo» e do corpo nesse espectáculo. E recordei as discussões, em que o «corpo» também esteve presente, sobre se deviamos adoptar «Artes do Espectáculo» ou «Artes Performativas» ou «Artes de Palco» ou «Artes ao Vivo» ou ... .Venceu Artes do Espectáculo, com aquela ideia de que é o espectáculo a razão principal de todo o processo criativo e de produção, e aquilo que os públicos vêem.
E não pude deixar de me lembrar do filme de Luis Buñuel Esse obscuro Objeto do Desejo.
E interroguei-me: mas por que diabo não há-de ser o corpo objecto de desejo?
Com satisfação divulgo aqui a homengem a CARLOS PORTO que vai ter lugar na ESTC. Fui sua amiga, tive o privilégio de conviver com ele, e seguir o seu trabalho como crítico de Teatro era para mim «obrigatório». Como eu aprendi com as suas críticas quer concordasse ou não com elas. O Programa da homenagem. A Teresa Porto que foi a sua mulher sempre presente faz parte do nosso Grupo Versalhes. Tanto como o Carlos a Teresa merece esta homenagem. Dá gosto ver e provoca admiração a forma como ela está a tratar do Património deixado pelo marido, o empenho com que procura o destinatário certo para cada coisa. Era um prazer observar aquele casal, emociona agora o comportamento da que foi a sua companheira querida sem a qual, mesmo por curtos momentos, ele parecia perdido, «sem chão». E somos uns sortudos ao fazermos parte da vida de gente como esta.
No dia 22 de Fevereiro último foi publicado o Despacho n.º 3253/2010 da Ministra da Cultura que cria a Secção Especializada das Artes no Conselho Nacional de Cultura (Ver Post anterior). No mesmo dia foi igualmente criada a Secção Especializada de Tauromaquia assunto que está a levantar um grande debate havendo movimento a favor e movimento contra.
Sobre a das Artes ainda não vimos qualquer reacção. Estranho!
Os Conselhos Consultivos são matéria interessante para os estudiosos e práticos da gestão: qual o seu papel no século XXI em tempo de web 2.0, num tempo em que somos afogados em dados e informação? Muito em particular, qual o seu espaço de manobra de forma a que não se confundam com os serviços operativos das organizações? Especialmente, interessamo-nos pela lógica a que deve obedecer a sua composição, pelos trabalhos concretos verificáveis que devem apresentar em períodos bem delimitados, pela sua inserção em sistemas mais amplos de gestão partilhada que «todos» dizem defender, e pela repercussão das suas recomendações no Desempenho Estratégico das Organizações. Por exemplo, referenciados ao SIADAP em vigor na Administração Pública Central.
Como se depreenderá, a reflexão sobre a Secção Especializada das Artes à luz daquelas temáticas parece-nos inevitável, necessária e, à partida, estimulante.
Recentemente pela comunicação social ficou a saber-se que o CONSELHO NACIONAL DE CULTURA ia ser activado. Se quer saber qual a sua missão, como está organizado e vai funcionar vá aqui. E para conhecer as personalidades nomeadas pela Ministra da Cultura para integrarem o plenário do Conselho aqui.
Nas secções especializadas instituídas não pode deixar de reparar-se que não há nenhuma para as Artes do Espectáculo e também para as Artes Plásticas, Design, Fotografia, ... Ou seja, para as artes de que se ocupa a DGARTES. De facto:
Artigo 18.º
Esquecimento?
Com alguns dos leitores deste blogue - e nomeadamente nos Primeiros Domingos do Grupo Versalhes - temos falado sobre o QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional (que, embora a designação não o revele, tem a ver com os fundos comunitários). Alguns dos que nos visitam aqui são potenciais candidatos aos apoios considerados nos diferentes Programas Operacionais do QREN. Temos constatado que muitos deles estão muito distantes destes potenciais financiamentos. Não têm estrutura que lhes permita companhar estes sistemas, dizem-nos. E, diga-se, alguns bem confusos mesmo para especialistas. Assim, ao tentarmos esclarecer um Agente Cultural que nos procurou por e-mail, achamos que talvez fosse vantajoso não só para ele como para outros irmos neste blogue dando conta de alguma informação que consigamos organizar. Assim e para já:
Neste quadro, o objectivo deste post é divulgar que até 26 de Março de 2010 estão abertas Candidaturas para REDE DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS - Programação em Rede. Veja o AVISO que abrange os Programas Operacionais Regionais do Norte, Centro, Alentejo e Lisboa.
O Regulamento da Rede de Equipamentos Culturais, nomeadamente o Anexo D referido no Aviso pode ser encontrado no site do QREN e dos Programas Operacionais. Por exemplo aqui (eixo 3).
Esta informação não contém em si nenhuma apreciação sobre esta«Rede».
Neste momento apenas se pretende colaborar para que potenciais interessados não deixem de se candidatar por desconhecimento dessa possibilidade.
Terminou o ORÇAMENTO PARTICIPATIVO (OP) para 2010 lançado pela Câmara Municipal de Lisboa. Os inscritos no processo receberam um e-mail para responderem a um inquérito. E quem não respondeu à primeira até foi lembrado uma segunda vez. Há ainda a possibilidade de todos os munícipes se pronunciarem respondendo a um inquérito mais simples disponível no site do OP (ver abaixo). Como o inquérito não me permitia expressar o que penso do sistema enviei um e-mail remetendo para os posts que neste blogue fizemos sobre o assunto e a que pode ter acesso indo aqui.
Registe-se que a Equipa do OP me respondeu assim:
Agradecemos o seu e-mail e o interesse demonstrado pela cidade.
Haverá com certeza muito a melhorar no processo de Orçamento Participativo de Lisboa e a CML foi a primeira a reconhecê-lo.
O OP é assumidamente um processo de aprendizagem, pelo que todas as críticas construtivas são bem vindas e serão tidas em conta na análise a concluir em breve.
Esperamos poder contar com a sua participação activa na próxima edição deste projecto que pretendemos tornar cada vez melhor e mais ajustado às necessidades e expectativas dos munícipes.
Cumprimentos,
A Equipa OP 2010
Câmara Municipal de Lisboa
Contactos: 217988220/217989446
Campo Grande, nº 25, 2º A
Email: op@cm-lisboa.pt
Url: www.cm-lisboa.pt/op
Bom, pela minha parte vou continuar com este assunto em agenda embora o vá reflectir de forma mais sitematizada em ambiente académico, e disso vai haver alguma informação neste Blogue que foi criado por estudantes no âmbito de um Trabalho Prático e que desde aí tem o seu papel no processo de ensino-aprendizagem de algumas unidades curriculares para além de outras finalidades. Prometo que vou dando notícias de lá. Também nos podem ir visitando, serão bem-vindos por estudantes e docentes.
Ontem no Jornal Público foi publicado um artigo de opinião de Fernando Mora Ramos sobre o Orçamento do Estado para a Cultura (Pode ver o documento do OE aqui, e procure a Cultura na pg. 320). O artigo com os agradecimentos ao autor:
Cultura e Orçamento
Noutro blogue a propósito do aniversário de Nelson Mandela já dei conta desta minha pequena «estória»: «Por mera coincidência estava na África do Sul quando Nelson Mandela foi libertado. Foi das atmosferas mais festivas que vivi ao longo da minha vida, comparada com a que tinha sentido no nosso 25 de Abril. Em ambas as situações pairava também a preocupação (...)». Pois é, foi há vinte anos. Antes tinha contactado com gente do ANC, em Maputo - organização que eu mal conhecia - e uma coisa é ouvir falar, outra ver as pessoas ali à nossa frente. Um deles, pouco tempo depois sofreu um atentado grave. E depois cheguei a ver Nelson Mandela já com Graça Machel - e foi festa. E para mim, como para tantos, é um dos meus heróis. Eu gosto de ter heróis. É bom que recordemos que a liberdade não nos foi dada «de graça». Cá por mim estou sempre grata a quem no estrangeiro ou cá dentro lutou de forma corajosa e por ideais firmes. A minha admiração é de tal ordem que pareço uma «basbaque» quando tenho o privilégio de me cruzar com alguma dessas pessoas.
A Nelson Mandela Foundation aqui
Um amigo mandou-me por correio a cena´s n.º 11 que tem a capa acima reproduzida. Mais palavras para quê? São gestos destes que instalam em dias cinzentos de inverno momentos luminosos de verão. Não conhecia a revista e tanto eu como colegas e amigos a quem a mostrei, em papel, ficámos agradávelmente surpreendidos. Mas vamos por partes, e primeiro Mário Barradas que não tenho dúvidas está na base deste presente do meu amigo: o Mário já não lê a entrevista que deu, e isto está assinalado no Editorial:
De repente falta-nos tempo. O tempo do sorriso com que iriamos ao encontro do Mário Barradas com um exemlar deste número de Cena´s.
A entrevista, que tão generosamente nos deu na Primavera, assume agora uma dilatada dimensão temporal. As palavras, o carácter e a paixão, fazem eco.
E neste outro tempo, assumimos o privilégio de também a Cena´s contribuir para perpetuar a memória de um homem grande, do Teatro e da vida.
Ao Mário, a nossa sentida homenagem ... e uma saudade para além de qualquer tempo.
Depois, pode ler a entrevista recorrendo ao site da revista. Mas também o pode fazer visitando o site que criàmos - EmpórioVERSALHES - que tem como finalidade central «armazenar» documentos a que aludimos aqui no Blogue. Aqui, e é só clicar no Transferir.
Mas não podemos deixar de referir que a Cena´s é propriedade da AJACATO - Associação Juvenil Amigos do Gato, e que tem vários apoios: Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Instituto Português da Juventude; Galp Energia - Refinaria de Sines; e Delta Box. Pode saber mais no site gatosa. A tiragem da revista é de 2000 exemplares, e quem sabe a encontra por aí. É isso mesmo, o virtual, neste caso, não substitui o papel. E fala uma «fanática» das novas tecnologias, mas que, também é verdade, gosta mais de tudo.
E, para terminar, eu gostei da entrevista.
Recebemos um e-mail de um leitor do nosso Blog, da Madeira, a comunicarmo-nos a realização de um encontro sobre «O Estatuto dos/as Animadores/as Socioculturais» - 20 de Março (Sábado), pelas 18 horas, na FNAC Madeira.
O debate faz parte de um ciclo como se pode ver no site da A.P.D.A.S.C. onde se pode ler:
«A APDASC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural vai realizar nos dias 18, 19 e 20 de Novembro de 2010, no Centro Cultural e de Congressos da cidade de Aveiro, o I Congresso Nacional de Animação Sociocultural - "Profissão e Profissionalização dos/as Animadores/as". O conteúdo do Congresso será sustentado por um Ciclo de Debates sobre Animação Sociocultural subordinados ao tema do Congresso que irão acontecer um pouco por todo o território nacional entre Março e Junho de 2010. Importa debater o Estatuto e Carreira dos/as Animadores/as Socioculturais, o Código de Ética e Deontologia da Animação Sociocultural, e a Formação em Animação Sociocultural».
O Pessoal do Grupo Versalhes podia fazer um esforço e contribuir para este debate na perspectiva institucional. Eu, em particular, poderia sistematizar alguma informação, nomeadamente do legislado depois do 25 de Abril. Não prometo nada mas vou tentar. Destesto ter esta posição porque ou se faz ou não se faz. Mas as solicitações são muitas e o inverno não ajuda.
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