O próximo Relatório de Desenvolvimento Humano tem como tema central «A verdadeira riqueza das Nações» e vai ser lançado no início do próximo mês de Novembro. Saiba mais aqui.
Nós, do Grupo Versalhes, que seguimos o ARCO ao longo dos anos certamente que estamos interessados nesta exposição.
Com frequência acuso a Assembleia da República de se interessar pouco pela cultura e pelas artes. Bem sei, bem sei, que deputados haverá que listarão um conjunto (por mais que se esforcem vai ser pequeno) de iniciativas. Eu própria o poderia fazer e mostrar que na generalidade conforme aparecem se vão. Esgotam-se nelas mesmo. Vejamos o que aconteceu no verão com os cortes dos 10%: onde nos encontramos neste caso? Pois bem, neste momento em sede de Orçamento do Estado a Cultura mereceu o seu espaço. Veja por exemplo o que se escreveu no jornal Público. E aqui neste blogue temos o excelente artigo de Mora Ramos publicado naquele jornal. E temos também um trabalho de Carlos Vargas do mesmo jornal que pode ler aqui. Este último cai nas minhas áreas, e apenas vem confirmar a justeza das minhas perguntas de há muito e que têm a ver com a necessidade de se explicar ao País quais as lógicas e os modelos que se seguem na escolha de uma ou outra solução orgânica. Nem a OPart nem as imediatamente anteriores correspondem ao «que vem nos livros», como costumo dizer em grupos restritos, nem tão-pouco ao que melhor provou no terreno. Por exemplo, dos «melhores tempos» do Teatro Nacional de São João tiveram outro regime institucional. Esperemos que na discussão do Orçamento do Estado desta vez, pela magnitude da situação, se olhe com olhos de ver para a cultura e as artes. E neste caso, contrariamente ao que geralmente peço, de maneira diferente do que se faz para os outros sectores. É que o ponto de partida é diferente, na minha avaliação há situações que são já de «calamidade pública». E parece ninguém dar por isso, ou ninguém querer dar por isso. Em particular tenho uma curiosidade: que impacto terá tido o artigo de Mora Ramos junto do sector?
Há notícias que nos mostram que, de facto, há mais actividade cultural para lá do que é sublinhado pelos grandes orgãoes de comunicação. É o caso deste acontecimento divulgado no Correio de Azeméis de 19 de Outubro:
A Ria, a Água, o Homem
O filme de Matos Barbosa A Ria, a Água, o Homem - uma obra de animação sobre a Ria de Aveiro - será apresentado na Casa Museu Regional de Oliveira de Azeméis, na próxima sexta-feira, pelas 21h00.
No próximo dia 22 de Outubro, pelas 21h00, a Casa Museu Regional de Oliveira de Azeméis projecta o filme de Manuel Matos Barbosa, uma obra de animação com base nos textos de Raul Brandão sobre a Ria de Aveiro e com a voz do actor Joaquim de Almeida.
A exibição do filme será precedida da inauguração de uma exposição de desenhos do cineasta, que estará patente ao público até 22 de Novembro. A mostra integra desenhos do filme, elementos gráficos do trabalho do mesmo, bem como elementos pessoais do cineasta que participaram na sua já longa filmografia.
Um colóquio irá completar a noite de 22 de Outubro, onde o filme, a obra de Matos Barbosa e o cinema de Oliveira de Azeméis serão o tema. A mesma iniciativa integra igualmente a apresentação do livro A Ria, a Água, o Homem - o cinema de Manuel Matos Barbosa', publicação que traça um percurso de vida e faz um primeiro registo da filmografia do cineasta.
Matos Barbosa, nascido em Oliveira de Azeméis em 1935, encontrou no desenho e no cinema, a sua forma de expressão por excelência. Dirigente do cineclube local, assinou alguns dos filmes do cinema amador português mais premiados internacionalmente. Do documentário à animação, os seus filmes têm uma forte componente inspiradora da paisagem, das histórias e das gentes da Beira Litoral.
Com uma filmografia de 18 filmes, estas obras foram várias vezes premiadas e exibidas em festivais de Portugal, Alemanha, Andorra, Angola, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Itália, Rodésia, Suíça e Moçambique.
O cineasta foi recentemente homenageado no Museu da Cidade de Aveiro, em cerimónia promovida pela Câmara Municipal aveirense.
A Ria, a Água, o Homem marca o retomar da actividade de Matos Barbosa no cinema de animação. Tendo sido produzido pela Filmógrafo e Cine-Clube de Avanca, contou com o apoio do ICA / Ministério da Cultura e RTP, entre outras entidades. Este filme tem também exibição prevista em Novembro próximo no 'CINANIMA - 34ª Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho',
Entretanto, no Museu oliveirense a exposição de desenhos e filme pode ser visitada de segunda a sexta das 09h30h às 12h30 e das 14h00 às 17h30, até final do mês de Julho, na Rua António Alegria, n.ºs 119 a 131, no centro da cidade de Oliveira de Azeméis.
Na circunstância, foi o filho do cineasta e homenageado, orgulhoso, que nos chamou a atenção para a notícia. E que nós aqui com gosto divulgamos. E vós, Madeira e Esaú, que andam por esses sítios, já tinham dado por isto? bem que se podiam pronunciar sobre estas iniciativas. Ou sobre assuntos mais amplos a partir delas, como, por exemplo, o papel dos Cineclubes ao longo dos tempos, e que ainda muito nos ocuparam na antiga Direcção-Geral de Acção Cultural.
Os videos do post anterior não estão grande coisa. Mas este que me enviaram acho um espanto, quer se seja ou não pro Dilma. E as palavras de Chico Buarque, que sintese!
Uma candidata a presidente do Brasil que se questiona ao dizer«quem sabe o Chico seria mais adequado», cá para mim merece, desde logo, atenção. E mereceu a dele do Chico como se pode saber pelo video acima. E veja nesta notícia onde aquilo foi dito, e no video abaixo. Como eu gostava de estar lá, naquela «festa», ou cá, em qualquer coisa semelhante. Como eu gosto de ver artistas envolvidos na coisa pública, de maneira apaixonada.
Cineastas acusam ministra de não cumprir medidas
A Plataforma do Cinema acusa, em comunicado, a ministra da Cultura de não estar a cumprir as medidas que anunciou para o sector. Em Julho, este grupo de cineastas - criado para contestar as medidas de cativação de verbas do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) então anunciada - obtivera de Gabriela Canavilhas várias promessas que amenizaram a contestação no sector. Mas, dizem os realizadores, "nenhum decreto-lei foi entretanto aprovado", para corrigir a redução de dez por cento de apoios a projectos já aprovados, como garantido pela governante. Também "a prometida descativação parcial das receitas do ICA não ocorreu".
Os cineastas têm "vindo a questionar o ICA e o Ministério da Cultura sem resposta" e acreditam que "a consequência [da falta de aplicação destas medidas] levará à "bancarrota do ICA." S.C.C.
Correio da Manhã
21-10-2010
Talvez lembrar este Post do Grupo Versalhes.
Do espectáculo em cena no Teatro da Rainha.
Foram muitos os que me mandaram e-mail para não me esquecer de divulgar o artigo de opinião de Fernando Mora Ramos publicado no Público de hoje.
O titulo:
Este tipo de corte, o que prenuncia, mais do que uma medida económica, é uma política, a da asfixia da democracia
Pode ler o artigo aqui.Começa assim: «O corte proposto no Orçamento de 22,1 para 13,1 milhões de euros nos dinheiros da Direcção Geral das Artes anuncia um verdadeiro ataque àqueles que têm concretizado nas últimas três décadas e meia, no lugar do que o Estado deveria assumir, um autêntico Serviço Público Artístico - em particular teatral - às populações e ao país. Que seria e será de uma nação que não seja questionada e reinventada por práticas de reportório que, desde Abril, trazem ao convívio regular dos portugueses os seus clássicos, de Gil Vicente a Pessoa, os clássicos universais e contemporâneos, de Shakespeare a Strindberg e Beckett, de Pirandello a Brecht e Tabori? «Caros dirigentes dos partidos das oposições, socialistas mesmo socialistas, impeçam que este crime de lesa-pátria se cumpra. O que está em cima da mesa é uma clara regressão na respiração democrática e no perfil concreto plural e culturalmente livre do Portugal do século XXI. As estruturas de criação são, mais que os partidos, no seu todo, uma garantia de práticas de pluralidade simbólicas e críticas, alimento democrático, abertura de espírito e práticas de ampliação constante de uma largueza de horizontes que combata a xenofobia e o nacionalismo estreitos. Sem elas, o país, já cinzento, entrará num luto sem regresso. Não é uma blague - ainda agora diziam que sendo europeus nada nos podia cair em cima, não? Foram séculos de inquisição e cinquenta anos de fascismo, de cala e engole. Que pelos vistos aí está. Este tipo de corte, o que prenuncia, mais do que uma medida económica, é uma política, a da asfixia da democracia. 0 que está em causa não é a recessão económica, é uma regressão civilizacional.» |
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