Quinta-feira, 30 de Dezembro de 2010

«No passado dia 27 de Dezembro morreu, aos 95 anos, Maria Letícia Clemente da Silva, companheira de toda a vida de Mário Dionísio». No site da Casa da Achada pode saber mais. E daqui um abraço a Eduarda Dionísio, e o poema:
à Maria Letícia
chapelinho de quadradosde vagar pela rua frenéticacom uma fímbria de sol no laçoe uma saudade solta desce um ar de natal sobre os passeiossobre as pessoas sobre os carrose um olhar sem palavras que flutuapõe-se a dizer de mansoantigamente sinto surpreso que há momentosem que as próprias rugas sabem bema ao nosso ladonuma alegria de cabelos soltoso passado e o futuro correm de mãos dadas
MÁRIO DIONÍSIO, O riso dissonante, 1950
Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2010

Nem sequer tinha dado pela manchete do Público de segunda-feira passada - dia 27 - e só o facto do assunto ser chamado ao «frente-a-frente» da SIC NOTÍCIAS desse mesmo dia me fez procurar a notícia. E uma pessoa fica arrepiada com tanta falta de rigor, e até porque o conhecimento necessario para analisar a matéria é básico e, do meu ponto de vista, devia fazer parte da cultura geral de qualquer profissional e, por maior força de razão, se é jornalista. Bem sei que para muitos uma pessoa só é culta se sabe de «cultura e artes». Tudo o que tenha a ver com matemática, com finanças, com, neste caso, contabilidade ... isso é para os «bárbaros». Mas não, não é. E ainda há a sublinhar que outros orgãos de comunicação social replicaram a notícia. Veja o comunicado do PCP sobre esta matéria e perceberá melhor do que está em causa. Em sintese, contrariamente ao que é veiculado pela jornal: os Partidos não são reembolsados para despesas específicas. Os Partidos recebem uma subvenção com base nos resultados eleitorais que entra no conjunto das suas verbas, das suas receitas, sem destino particular. É claro que estou curiosa sobre a forma como o Jornal se vai explicar e todos aqueles que o seguiram. Ontem não vi nada, e hoje ainda não tive tempo de ler o jornal.
Nem sei muito bem o porquê mas associei tudo isto a este post e a este de um outro blogue que tenho.
Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010


Tive conhecimento deste projecto num seminário recente, no âmbito do Portugal Tecnológico, que comentei aqui no blogue. Fiquei à espera de notícias, e aí estão elas a seguir ao Natal. São coisass destas que nos dão ânimo quando tudo parece não bater certo. Saiba mais.
Domingo, 26 de Dezembro de 2010
De entre os muitos e-mails recebidos a desejar BOAS FESTAS, um com este pema:
"Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças."
que dará para algumas discussões nos próximos «Primeiros Domingos».
Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2010



E talvez não seja má ideia aproveitar estes dias para dar um salto ao Museu de Arte Antiga. E até temos uma exposição temporária que vem a propósito:
Esculturas de Género. Presépio e Naturalismo em Portugal
Uma nova perspectiva sobre os presépios em barro cozido feitos em Portugal. A miniaturização da paisagem e das cenas de género ajudam-nos a entender a sociedade do fim do século XVIII, no nosso país. Em paralelo, apresenta-se ainda uma visão cronológica da produção dos presépios dos séculos XVII a XIX.
E BOAS FESTAS!
Domingo, 19 de Dezembro de 2010

ESTATISTICAS DA CULTURA 2009 do País: aqui. Apenas dei uma vista de olhos pelas primeira páginas e pelo índice, mas já reparei que foi retirado o«desporto e recreio» que eram cobertos na brochura anterior, o que é de aplaudir. Mas continuamos perante «um albergue» alimentado por fontes diversas com cruzamentos que nos escapam por vezes. Interrogo-me, em que medida este tipo de informação pode alicerçar políticas públicas na esfera da cultura? E logo nas primeiras páginas pode ler-se: «De acordo com a informação do Orçamento Geral do Estado, a despesa consolidada do Ministério da Cultura em 2009 ascendeu a 212,6 milhões de euros, significando um decréscimo de 13,4% em relação 2008». Ou seja, independentemente da metodologia sempre sinal negativo.
Sexta-feira, 17 de Dezembro de 2010
Esta notícia no Público de hoje merece atenção e, nomeadamente, porque faz uma sintese. Começa assim:
«O concurso da Direcção-Geral das Artes (DGArtes) para apoios anuais e bienais, cujo prazo terminou na quarta-feira, recebeu, no total, 217 candidaturas, 90 das quais apresentadas por estruturas de teatro. Um número que sugere que várias companhias de teatro que habitualmente concorriam a estes apoios terão agora achado que não valia a pena fazê-lo, já que, em 2010, e só aos apoios anuais, tinham-se candidatado 110. »
e mais adiante:
«Quer em número de estruturas, quer no montante dos apoios, o teatro foi a área mais sacrificada. O sector da música, com 420 mil euros, perde apenas 65 mil euros face a 2010, mas o número de estruturas apoiadas desce de 17 para 15. A dança mantém 14 companhias, mas receberá apenas 750 mil euros, contra os 930 mil que obtivera em 2010. Já a área dos cruzamentos disciplinares poderá contar com um milhão de euros a distribuir por 15 estruturas, quando, em 2010, tinha recebido quase 1,5 milhões, repartidos por 19 beneficiários.»
E como se chega a estes números? É a pergunta que muitos fazem. E sobre isto talvez os fazedores de opinião devessem dizer de sua justiça. Mas onde estão eles?
Estou a fazer estes post e a ouvir um debate na televisão entre dois dos candidatos à Presidência - Fernando Nobre e Cavaco Silva - e ocorreu-me que este é o tipo de eleição em que a CULTURA poderia ter um espaço de destaque. Pensando bem, podia mesmo fazer-se o grande debate. Mas, salvo alguma «tirada» do candidato poeta, Manuel Alegre, deve ser como sempre, ou seja, debates cheios de nada no que às artes e cultura diz respeito. Mas quem sabe podemos dar esta sugestão aos entrevistadores. Pela minha parte vou pensar nisso. E agora é tão fácil, é só mandar um e-mail e pode ser que pegue. Alguém me grita que Francisco Lopes esteve no Abraço Azul ao Teatro de Almada. Pronto, é de assinalar, mas não chega. Estou a falar de uma coisa «em grande».
Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
No Jornal de Letras de 15 de Dezembro outra entrevista da Ministra da Cultura que pode ver aqui. E pela sua divulgação nos ficamos por agora. Mas a ela voltaremos quando fôr necessário, ou quando tivermos tempo, porque matéria que merece análise está lá, do princípio ao fim. Mas será que alguém ainda repara nisto? num tempo em que muitos dos agente culturais se esgotam na sua sobrevivência e para onde têm de canalizar quase toda a sua disponibilidade? Necessariamente têm de assegurar o urgente ...
Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010

VEJA AQUI. Contra ventos e marés o Teatro da Rainha é dos que teimosamente não desistem. Admirável!
Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010
A nossa pequena homenagem. E ouça o Anjo Caido de Fernando Alves.