Há as obras de Santa Engrácia e parece que agora também podemos ter «Decisões» com o mesmo espírito. Veio-me esta ideia ao ler isto:
Uma recomendação do BE para que o Governo deixe cair definitivamente o projecto de integração dos teatros nacionais S. João e D. Maria II no Opart foi ontem aprovada no Parlamento com os votos favoráveis do BE e do PCP e a abstenção dos restantes partidos, incluindo o PS. Leia o resto da notícia no jornal Público aqui.
Estou a imaginar um professor a explicar as Estruturas Orgânicas na Administração Pública, no âmbito das reformas em curso, com alguma base cientifico-técnica (tanto quanto se pode fazer nestas matérias) e alguém lembrar-se deste caso. Boa sorte para o professor.
Mais outra iniciativa sugerida pelo ESAU na qual aliás vai participar. E o MADEIRA, também? Não sendo o «meu território» sigo estes acontecimentos sempre com curiosidade. E se é em Amarante ainda mais. É que eu sou do Norte. Estou a brincar, é mais porque tenho medo de se estudar apenas gestão nem gestão saber ... Mais. Bem sei, bem sei, que de gestão toda a gente sabe, mas é minha ideia que aqui também estarão causas da situação económica calamitosa em que nos encontramos. Que exagerada dirão uns tantos que conheço. Lá está ela! Mas não há problema, convivo bem com isso.
Foi o Esaú, que esteve no lançamento, ontem, quinta-feira, que chamou a atenção para o livro Contributos para a história do movimento operário e sindical - Das raízes até 1977 de que acima reproduzimos a capa. Para saber mais aqui.
Depois de ter lido esta notícia o desabafo: parece-me que já se está a confundir tudo. Ou seja, então se a OPART tivesse sede no Porto, a solução já era boa? Santa paciência. Relembro o modelo original: dois Teatros Nacionais - um com sede no Porto outro com sede em Lisboa. Organizações autónomas, com identidade própria dada pelo Projecto artístico, e com um Director que era simultaneamente o Director artístico, e com limite de mandatos. E o modelo resultou, senhores! E enquanto não me demonstrarem o contrário com os menores custos.
Soube bem ler no Público de ontem (versão impressa, não tenho link) um artigo de José Jorge Letria - Escritor, jornalista e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores - com o Titulo «Não Investir na Cultura é Agravar a Crise». Um bocado (uma boa parte) do artigo:
«Não basta programar eventos culturais. É preciso delinear e tornar sustentáveis verdadeiras políticas culturais que levem em conta múltiplos factores, desde logo de natureza sociológica. Infelizmente, Portugal não tem esta tradição.
A chamada "classe política", mesmo a que tem hábitos culturais, é, em regra, pouco culta, mesmo que leia livros, veja filmes e vá ao teatro e a concertos. Uma coisa é ter hábitos culturais e outra é perceber que a cultura pode e deve ;r um elemento estruturante da vida de um país. E não vale a pena argumentar dizendo que existem outras necessidades que a crise torna prioritárias. Mesmo que tal perspectiva seja aceitável, isso não desculpabiliza os que negam à economia da cultura a importância que de facto tem, designadamente para ajudar a superai" crises de grande magnitude.
Tinha razão François Mitterrand quando, interrogado por jornalistas sobre o nome do ministro da Cultura do seu primeiro Governo, respondeu: "No meu Governo todos são ministros da Cultura". Chegará o dia em que um primeiro-ministro português possa produzir semelhante afirmação ?
Apoiar a cultura não é apenas conseguir, com esforço, mais umas "migalhas" no Orçamento do Estado ou no das autarquias. É urgente que os decisores políticos de topo percebam que, sem autores e artistas, terão um país cada vez mais pobre, desestruturado, de cidadania débil e sem esperança no futuro.
O fracasso da política do betão, que marcou as décadas de oitenta e noventa do século XX em Portugal, veio demonstrar à saciedade que não existe progresso material sustentável se não for acompanhado pelo progresso moral e espiritual. Portugal precisa de um quadro legal que defenda, de facto, os direitos dos seus autores, precisa de mais orquestras e mais companhias de teatro espalhadas pelo país, precisa de mais respeito pelo seu magnífico património edificado. E precisa, sobretudo, de meios para investir no que tem futuro, sem deixar que todos os meses emigrem para múltiplos destinos, com regresso mais do que duvidoso, jovens artistas, autores e cientistas. Portugal precisa de mais talento, mais criatividade e mais sonho e de muito menos rotundas e de muito menos inaugurações "para o retrato". Portugal precisa, afinal, de apostar naquilo que o honra e dignifica, por ser perene e enriquecedor da cidadania e da identidade colectiva.
Então e a crise, que é essencialmente económica, financeira e consequentemente social ? É justamente por estarmos a vivê-la e a sofrê-la que se justificam posições como a que se assume neste texto, porque a cultura tem um reconhecido potencial que está por explorar de forma consistente e organizada. Além de ter respostas a dar no presente, ela é, essencialmente, uma garantia de futuro, principalmente se a associarmos a uma verdadeira política de defesa e promoção da nossa língua e se a soubermos articular com a oferta turística e com uma dinâmica económica que envolva a exportação de bens culturais.
A Presidente do Brasil, no discurso de tomada de posse, apontou o investimento na cultura e o apoio à exportação da música e de outras formas de expressão artística como uma das prioridades do seu Governo. Será que o facto de termos uma língua comum não poderá contribuir para que essa mensagem chegue a Portugal e seja compreendida enquanto ainda é tempo?»
Eu ainda não tenho o «Cartão do Cidadão» e, contudo, hoje votar foi um pesadelo. Por volta das 15:30 H na Escola Secundária do Lumiar, de repente, vi-me no meio de uma aglomerado de pessoas sem poder ir para a frente ou retroceder. Havia idosos, pessoas de muletas, cadeiras de rodas, altos e baixos, pais com filhos ao colo, e pessoas a quererem desitir sem o conseguir. E ninguém a pôr ordem naquilo. A causa deveria estar no famigerado Cartão do Cidadão, mas ali o problema era como é que se tinha chegado àquela confusão. Ao fim de algum tempo consegui votar, mas era impossível reclamar junto do Gabinete de Apoio ao ELeitor, tal era a algazarra. Quando lá cheguei, protestei junto da mesa. Que não podiam fazer nada, disseram. Acrescentei que a situação era perigosa, que havia riscos ... Naturalmente que o comentário foi que estava a exagerar. E vi, de facto, cidadãos a desistir de votar. Que inveja que tive daquelas filas ordeiras nas Eleições de «Paises subdesenvolvidos» onde se pinta o dedo como prova de que já se votou. Isto não podia ter acontecido, votar tem de ser FESTA.
É verdade, VOTAR continua a ser para mim um «momento único». E cá vou eu a caminho da minha mesa de voto, no LUMIAR. Que frio! que detesto. O que dá mais brilho e importância ao meu acto. E lá vou dizer o que me vai na alma como pede Francisco Lopes que acabo de ouvir na rádio.
Para os que ainda tenham dúvidas sobre o «valor» dos votos em branco ou nulos atente-se no que diz uma nota da CNE:
- Os votos em branco e os votos nulos não têm influência no apuramento dos resultados;
- Será sempre eleito, à primeira ou segunda volta, o candidato que tiver mais de metade dos votos expressos, qualquer que seja o número de votos brancos ou nulos.
A nota completa no site da CNE.
Entretanto, no dia reflexão, para quem quiser seguir os argumentos de Manuel Gusmão sobre «Patriótico e de Esquerda» a que nos referimos no post anterior, vá aqui.
Só o simples facto de alguém reflectir - e na circunstância esse algúem é MANUEL GUSMÃO que tem admiradores neste Blogue, mesmo que alguns estejam noutro terreno partidário, mas acho que são todos de esquerda - justifica que se chame a atenção para este texto do 5DIAS.net que começa assim:
Patriótico e de Esquerda
O coro escandalizado e escarnecedor perante esta dupla de adjectivos merece ainda alguma reflexão. Ele exprime a convicção de que não é concebível um patriotismo de esquerda, ou de que um revolucionário não pode assumir-se como sendo uma coisa e outra. “O patriotismo é necessariamente de direita”. “Ser patriótico e de esquerda é uma contradição lógica”. Estas proposições surgem como tomadas de posição a priori, que ignoram os modos como as palavras ganham ou perdem sentidos no discurso e poupam em excesso na análise da situação concreta em que são ditas.
(...)
E mais adiante o COSMOPOLITISMO que tantas vezes entra nas conversas do «Primeiro Domingo» do nosso grupo:
(...)
Não o perceber, não o querer ver é manter uma secreta esperança de que o capitalismo seja inapelavelmente o futuro e em alguns casos confundir o cosmopolitismo (próprio dos quadros da produção simbólica) com o internacionalismo proletário.
(...)
Pois é, esta praia é outra, para lá das «tricas» que nos têm inundado nesta campanha.
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