Nesta atmosfera de homenagem generalizada a José Saramago o que pode cada um de nós adiantar? Por mim está resolvido, depois de ter encontrado o texto de Manuel Gusmão no Blog 5Dias divulgá-lo preenche-me, e depois de o ler lembrei-me de uma frase de Maria de Lurdes Pintasilgo que deu também titulo a um livro da que foi Primeira Ministra - Cuidar o Futuro. É isso, o importante agora é cuidar o futuro de José Saramago, ou seja, não esquecê-lo. O Texto de Manuel Gusmão aqui. Uma passagem:
«(...)
José Saramago morreu. Inicia-se o seu segundo combate ou uma nova fase do seu combate de há muito: a luta pelo reconhecimento pleno da sua obra. A luta pela conquista e fidelização de leitores, pela leitura e releitura dos seus livros. Mas não só dos seus, e sim pela leitura dos grandes do passado ou dos seus contemporâneos: Camões, O padre António Vieira, Almeida Garrett, Camilo e Eça, Jorge de Sena ou Rodrigues Miguéis, numa lista incompleta. Portugal é um país em que historicamente se acumularam atrasos culturais e uma enorme fragilidade das suas instituições culturais. Isso explica em parte que a morte de um escritor seja muitas vezes a sua entrada num limbo da memória, num período de descaso e de esquecimento. O Nobel que ganhou é em relação a esse comportamento do futuro uma protecção simbólica, é certo, mas não suficiente por si só. Um pouco por todo o mundo (não estou a exagerar) foi lido e amado por leitores que, em tempos de derrota e de solidão, reconheceram nele um dos seus, alguém que ocupava o mesmo campo social à escala planetária. Esse facto foi caricaturado por alguns, que atribuíram o seu sucesso a uma “conspiração internacional” de comunistas ou cripto-comunistas.
Agora que morreu, nós temos responsabilidades acrescidas nesse combate. E não é preciso “conspiração” nenhuma. Basta cuidar do nosso património literário e artístico. Ele permaneceu fiel à longa e denegada “tradição dos oprimidos” (Walter Benjamin). Nós que nessa tradição temos vindo, sabemos que a memória é uma condição do desejo de futuro; sabemos que o cuidar da memória integra o longo trabalho da emancipação. Eu sei que há quem deteste palavras como estas – memória, futuro, trabalho, emancipação – , mas que hei-de fazer, ó boas almas, é que ele era um dos nossos.»
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