(o vídeo não tem a ver directamente com o artigo mas dá para conhecer melhor o autor e os teatros e teatro que o movem, e aqui fica como endereço para o vídeo completo que anuncia, facilmente localizável em www.oeste.tv)
Mas que estraga-prazeres que eu sou - embora o prazer me organize - não deviamos todos nós que estamos em férias gozá-las e ponto final! Esquecer os problemas. Mas, ao arrumar os meus arquivos digitais, releio um artigo de opinião de Fernando Mora Ramos, imagino despoletado pelos cortes na cultura - e tenho ideia que até agora apenas com uma divulgação restrita de que eu também fui destinatária - e não resisto em dar conta dele, aqui na sua forma completa, e já de seguida com registo de excerto (destaque nosso):
«A criação e a fruição, mesma moeda, são para todos essa possibilidade crítica, exercício de liberdade contra a hegemonia do pensamento único, a ideologia dominante que, como sabemos, não é plural, mas via e visão únicas. No princípio o mercado e não a palavra, a pessoa, menos ainda o colectivo cidadão e mesmo o pão. E a escala da arte a fruir e criar tem de ser nacional e inter-cultural para ser democrática e tem de ser assimétrica para prosseguir um ideal social também na demografia. Os interiores, os vastos interiores, não devem excluir-se da democracia. E são de dois tipos: geográficos (acessibilidades, a internet não faz voar o corpo e que lá venha o planeta) e culturais (o velho e o novo analfabetismos, agora até encartado, universitário, iliteracia cavalgante no consumo industrio cultural mimético). Estes últimos estão por toda a parte, no coração do próprio sistema e agem contra a democracia em nome do igualitarismo e do basismo nivelador de outrora com novas vestes – falam de igualdade de oportunidades e despem as oportunidades de qualquer substância. Não devem excluir-se por razões democráticas. A democracia é inclusiva. Mas também por razões vitais: as artes e a cultura constituem a auto imagem de um povo em movimento, construção da identidade na identidade. Ninguém se vê no consumo e aí se observando só vê o que consome. O que lhe devolve o consumo é mais consumo, mecânica, não vida e hipótese de, futuro e desejo dele. O que a cultura estimula e alimenta plural, abertura ao porvir, a um porvir livre.
Assim sendo e concretizando o que a Constituição estipula, lei maior que leis menores achincalham, o país deve obrigatoriamente estar dotado de estruturas de criação artísticas estáveis nas artes da cena que cubram os diversos países que o país é para que seja um, como a língua o permite e é na sua diversidade: une e é mais que espelho, é mesmo o fundo dinâmico do nosso imaginário comum, aquele que as artes usam e aprofundam, mais rico de imagens e possibilidades, imagens também plásticas, outras línguas do continente da escrita total que a língua cria. Aprofundar as assimetrias é negação da democracia e do direito, regressão civilizacional. A criação estruturada e estruturante é parte da democracia como o Parlamento e os Tribunais, as Escolas e os Hospitais. E de uma democracia moderna claro. De modernidade, pois. É a estrutura democrática do Estado de Direito. Estado de Direito? A propor rasgar e romper compromissos legalmente assumidos? De Direito?»
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