Quando o potencial da internet era apenas anunciado lembro-me de ler que ia chegar o tempo em que mais do que procurar este ou aquele jornal iriamos à procura deste ou daquele jornalista ou cronista e que isso ia ser muito fácil. Mais do que fieis ao jornal seriamos adeptos de autores. E que cada um de nós poderia em cada momento «fazer o seu jornal». Lembro-me também de a partir daqui muitas discussões terem lugar e disso não parecer verosímil a muitos. Ainda recentemente em encontro entre amigos nos lembrámos destes momentos. Com frequência isto me vem à memória quando ando à procura do que diz hoje o cronista x ou y. Ou seja, quando ando a construir o meu «jornal diário» a partir da comunicação social tradicional agora acessível na web, e recorrendo a sítios individuais. Em regra a crónica mais «negra» de uns é atenuada pela crónica mais «esperançosa» de outros. Mas hoje ao ler BAPTISTA BASTOS e VASCO GRAÇA MOURA, ainda por cima um a seguir ao outro, a coisa fica mesmo «preta».
Da crónica de BB
«Tanto Sócrates como Passos nada nos dizem. Não possuem back-ground, são produtos do mesmo berço ideológico que se rege pela carência de ideologia; procedem de uma intenção "doutrinária" sem graça, sem imaginação e, sobretudo, sem aquela grandeza que converte a esperança em sonho e o sonho em destino. A política, para ambos, é uma organização de agenda, um empreendimento sem qualidade áurea, que vive dos telejornais da noite, enfim: uma teologia estabelecida por assessores, que depaupera o humano e liquida a mais leve insubmissão. Atentemos nos discursos do Pontal e de Mangualde: são intervenções destinadas ao pressuposto, muito semelhantes porque nenhum dos protagonistas arrisca, desafia, afronta, desinquieta - e é incompetente para mudar, alterar, reconstruir do que sobra das cinzas. Nós não figuramos nos seus projectos, porque eles apenas alimentam projectos pessoais de poder».
Da crónica de VGM:
«Assim, um país analfabeto, predisposto à mendicância e propenso à falta de vergonha, desertificado e macrocéfalo, desequilibrado em todos os aspectos, que não trabalha, não produz, não tem agricultura, nem indústria, está em vias de se tornar a escória da Europa. E essa é mais uma das faces de um problema sério que com este Governo nunca será resolvido: no que toca à política, à sociedade, à economia e à cultura, Portugal tornou-se o mais sério candidato a despatrimónio europeu.»
Vale-nos a luminosidade do dia, lá fora, que nos convida ao mar. Que nos lava a alma. E, claro, estas crónicas ainda que verdadeiras não nos resumem enquanto país. Há outros países dentro do país, que os mesmos autores, como só eles sabem fazer, também nos têm dado a ver noutros trabalhos.
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