Ao dar uma volta sobre materiais que podem levar a assuntos que faz sentido tratar neste blogue, encontrei um artigo recente de Fernando Mora Ramos - penso que foi apenas de circulção restrita - intitulado «CORTES CEGOS - 23%». Pode lê-lo aqui. E já de seguida, uma passagem:
«Uma sociedade sem teatro, sem dança, sem música - e sem livros, pois o livro é também um objecto ameaçado por muitas vias e mesmo por aquela via que parece fomentar a sua multiplicação, a do livro star, muitas vezes medíocre mas ocupando todo o terreno – o que será? O que será uma sociedade sem o Luís Miguel Cintra, a revisitação praticada de Pessoa e Camões, e desconhecendo Ibsen, Strindberg, Beckett, Brecht e todos os criadores da nova modernidade sensível, a da descoberta da subjectividade como forma embrionária de uma liberdade nova também, sensível e interior, profunda? O que será mais de que uma regressão à barbárie do analfabetismo e da iliteracia militantes – certa incultura tem expressões violentas e age no lugar da ausência da outra, da cultura do pensamento e do espírito enraizados no quotidiano - num momento em que a cultura dominante é o consumo, actividades que do ponto de vista simbólico criam dependências psicológicas dos altares do fluxo constante do espectáculo das mercadorias no âmbito da absoluta comercialização de todas as esferas do espírito?»
Detenho-me em «O que será uma sociedade sem o Luís Miguel Cintra ?», podendo eu ampliar: o que será uma sociedade sem a Cornucópia? Naquilo que representam por si, autonomamente, e por aquilo que a partir deles também se quer dizer: o que será uma sociedade sem as artes? Artes, artes, e não substitutos.
Quanto ao caso da Cornucópia, o espectáculo em cena - como sempre, não perca - quase que obriga muitos de nós a pensar: o que teria sido a minha vida sem esta gente. Mais pobre de certeza. Na circunstância, é que para além do valor deste último trabalho em si mesmo,FIM DE CITAÇÃO é um brinde suplementar para aqueles que têm seguido o percurso da Companhia ao longo dos anos, porque nos leva a revisitar tantos e tão importantes espectáculos anteriores. Saiba mais. Mas o que eu tenho recebido da Cornucópia está para lá das artes. Explico-me: eu aprendi muito no âmbito da minha formação de base que é no domínio das finanças e da gestão. Ilustro: expressão clara do que é nuclear na organização; trabalhar com uma escala ajustada de actividade; organizar toda a intervenção em torno de uma excelência; a maior rendibilidade do gratuito que conheço; ... Peter Drucker, o respeitado autor, o guru da gestão, talvez mais seguido no último século, muito nos aconselhou a aprendermos com estas organizações. Pela minha parte, com os modestos recursos ao meu alcance, não me cansarei de enaltecer o papel da Cornucópia, e de outros, igualmente importantes nas artes, mas diferentes, no desenvolvimento do nosso País: no passado, no presente, e fundamentalmente para o futuro.
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